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O saber do povo originário da América Latina já é um fazer agroecológico.
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É interessante a gente pensar como as sementes foram adaptadas, readaptadas, melhoradas, organizadas
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a partir da necessidade da cultura, da necessidade alimentar e da necessidade espiritual também de cada povo.
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Produzir alimento agroecológico não é só produzir para o mercado, mas é uma garantia do modo de vida
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que não é só o valor do mercado, de eu vender o produto embalado e colocar na cidade
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mas é eu ter um produto que garanta uma segurança nutricional, garanta a manutenção de uma cultura
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dos povos indígenas, dos povos quilombolas, da comunidades de quebradeiras de coco.
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A gente fala: 'a espécie tal de animal está acabando, a espécie vegetal está em risco de extinção'
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Isso também ameaça a vida humana. Nós podemos ser extintos. A natureza pode reagir.
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A natureza pode regular o nosso comportamento, a nossa prática tá errada se a gente não tiver a sabedoria de dialogar com ela.
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Quando derrubam muita mata, as florestas ficam doente também, que nem a gente.
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Ficam tristes. As folhas ficam murchinhas, a gente conversa com a natureza:
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"Não pode ficar triste não, como é que nós vamos pegar a energia de vocês, para nós estar lutando, defendendo vocês?"
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O diálogo com a natureza, dos povos indígenas, tem sido um diálogo de bem, de bem viver.
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Tanto pra mim viver, como pra natureza viver.
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A agroecologia vem sistematizar esse fazer camponês, histórico dos povos originários de todo o mundo e organizar isso numa teoria.